Era uma casa
Muito engraçada
Não tinha teto
Não tinha nada …
A casa que inspirou Vinícius de Moraes, amigo pessoal de Vilaró e que costumava ir lá com frequência, a fazer a famosa música … “era uma casa, muito engraçada …”
E realmente é uma casa muito engraçada, mas com uma energia e um astral indescritíveis. O ponto alto da visitação é estar lá no pôr do sol … é um ESPETÁCULO!!! Quando o Sol começa a tingir as águas de amarelo, uma gravação, feita pelo próprio Vilaró, reproduz um poema de agradecimento pelo show que a natureza proporciona àqueles que tem o privilégio de poder desfrutar desse momento singular. Obs.: Essa parte à direita da foto acima é onde fica o hotel, mas estava fechado para reforma.
A vista do Atlântico que se tem de lá é maravilhosa!
Essa é a antiga residência do artista plástico uruguaio Carlos Páez Vilaró – morto em 2014 aos 90 anos e que sempre era visto por lá no museu conversando com os visitantes. Nos últimos anos de sua vida já não morava mais no local, em razão das diversas escadas, a família acabou se mudando para um apartamento, mas ele sempre estava lá, pois era sua paixão, construída ao longo de sua vida. Vilaró amava o Brasil e dizia que, sem querer, sua casa reproduzia o mapa do país vizinho, onde fez tantos amigos, inclusive há uma parte da casa com o nome do Pelé. Vejam que dentro do museu tem um quadro com uma foto aérea de toda a casa, onde a placa menciona: “… sem se dar conta, a Casapueblo se transformou no mapa do Brasil…”.
A casa começou a ser construída em 1958 e sua construção durou 32 anos – toda branca e cheia de curvas, foi construída sobre falésias rochosas de Punta Ballena. Lembra as construções das casinhas nas Ilhas Gregas.
O próprio Vilaró chamava ela de “escultura habitável”.
A inspiração dele para sua obra foi a arquitetura instintiva dos homens simples que vão erguendo suas casas de forma “modelada” e sem conhecimentos formais, além de uma influência mediterrânea, uma “luta aberta com a linha reta e com conceito de forno de pão”. Também há referências à casa construída pelo pássaro João de Barro, que é encontrado no país.
Dentro da casa/museu há um bar … com várias mesinhas onde você pode beber alguma coisa apreciando a vista e esperando a hora mais aguardada que é o pôr do sol … óbvio que nós fizemos isso (rs) … pedimos 2 cafés e um petit four com recheio de doce de leite que estava maaraaa!
No museu as obras multicoloridas e alegres de Vilaró remetem ao cotidiano da cultura afrouruguaia. Cada área homenageia uma personalidade diferente – resultado das grandes amizades feitas por Vilaró. As obras dele vão de esculturas a grandes murais e estão espalhados por todo o museu. Há algumas poucas peças de autoria dele que podem ser adquiridas e muitas reproduções. Também tem algumas gravuras feitas pela filha dele, Agó Paéz Vilaró que é artista plástica. Nós compramos um gravura dela, que achamos bem alegre, retratando bem o clima da casa.
end.: Ruta Panorámica (saída da Ruta Interbalneária à caminho de Punta Ballena).
horário: todos os dias – verão – 10h às 18h / inverno – 10h às 17h
preço: $240 pesos uruguayos
site: www.carlospaezvilaro.com.uy/nuevo/museo-taller/
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# Dicas da Fê:
. Não deixe de prestar atenção no vídeo que é apresentado logo no início da visita, ele é reproduzido constantemente, a fim de que todos, na medida em que chegam, tenham a oportunidade de assistir e conhecer um pouco da vida e da obra desse expoente da arte uruguaia. Vocês poderão ver que um dos filhos de Vilaró estava no vôo que se acidentou nos Andes, em 1972, com grande repercussão mundial, tanto que vários filmes reproduziram esse drama, o mais conhecido é o chamado “Os sobreviventes dos Andes”, de 1976. O filho de Vilaró foi um dos que conseguiram sobreviver ao episódio.
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- Aqui não se trata de um esclarecimento, já feito em outras oportunidades, mas é sempre bom frisar. O Blog invariavelmente abordará informações e roteiros em épocas do ano coincidentes ao inverno, seja no hemisfério Sul ou no Norte, isso porque AMAMOS frio. Portanto, não se choquem com relatos de praias no frio, claro que isso não será a maior parte, mas vimos ao longo dos anos e por nossas experiências de viagens que raros são os blogs sobre esse período. Quando se fala em frio há um certo ar de repugnância nas pessoas, um “pré conceito” e quem procura frio não necessariamente quer esquiar. Há vida no frio, as pessoas continuam a morar nos lugares e um lado muito legal e curioso pode ser descoberto. Os pontos turísticos não estão tão lotados, as pessoas dão mais atenção para você, os preços são melhores, o ambiente é mais romântico, enfim … vários pontos positivos. Claro que há alguns negativos, como nas épocas mais quentes, por exemplo, no inverno o dia escurece mais cedo (o que para nós efetivamente não vemos como algo negativo), há hotéis, restaurantes e bares que fecham (esse sim é um ponto ruim, mas nada mesmo que atrapalhe sua viagem). Lembrem-se: já inventaram a calefação. No frio dá-se um jeito, com mais casacos ou entrando em algum local para se esquentar … já no calor é mais difícil … só o ar condicionado resolve ou praia de nudismo mesmo, mas não é nossa vibe, nada contra, mas já queremos conhecer outros lugares …