Dois vilarejos que nos fazem voltar no tempo e que são visitas “obrigatórias”. Os nomes são difíceis..rsrs.., mas não se assustem e se joguem para explorar esses lugares de conto de fadas!
Saímos cedo de Estrasburgo, no dia 23/01/16, e seguimos para passear pelas cidades da Rota dos Vinhos da Alsácia = route des vins d’Alsace.
Como visto em todos esses posts a paisagem é um espetáculo à parte.
Nossa 1ª parada foi o vilarejo medieval de Riquewihr, se pronuncia “RI-QUI-VIER”.
- RIQUEWIHR
A distância de Estrasburgo para Riquewihr é de 70km, por uma estrada maravilhosa. No caminho até lá há outros vilarejos lindos.
Quando se atravessa pelo portão principal, onde está a prefeitura da cidade = Hotel De Ville, sobe-se, a pé, a Grand Rue, ladeira que é a via principal deste vilarejo medieval, cortada por vielas cheias de encanto, recheadas por inúmeras lojinhas, padarias, adegas e restaurantes.
A cidade é bem pequena, tem uma rua central e umas dez no total, mas infelizmente estava tudo fechado. Ela é bem conhecida por seu famoso mercado de Natal e a cidade fica lotada nessa época, mas em janeiro/fevereiro tudo está fechado. Isso porque após o forte movimento do comércio, os moradores fecham e saem em férias, restando apenas uma ou outra loja aberta ou aqueles que aproveitam para fazer as reformas ou manutenção para a temporada seguinte. Nada que tire o charme da cidade, que é linda. Nessa época do ano conseguimos conhece-lá em 1 hora.
A cidade medieval está localizada no coração dos vinhedos da Alsácia. Considerada uma das mais bonitas cidades da França. Parte da cidade é cercada por muralhas, dando aquela sensação de volta no tempo. Isso é uma das coisas de que eu mais amo quando estou na Europa.
Suas casas são todas com madeirame à vista – estilo enxaimel – aquele estilo bem alemão.
Andar pelas ruas de pedra dessa cidade é retornar no tempo, e tudo com uma beleza especial – cada rua, cada casa é uma atração à parte.
É a mais importante cidade, pelo menos turisticamente falando, da Rota dos Vinhos da Alsácia e uma das mais belas.
- RIBEAUVILLE
A distância de Ribeauville, se pronuncia “RI-BO-GI-LE”, a Riquewihr é de 5km, ou seja, do lado mesmo. Um pouco maior que Riquewhir, mas nada muito grande, ela deve ter umas 20 ruas.
Com mais coisas abertas do que em Riquewihr, mas também com muitos lugares fechados.
Considerada como outra vila fundamental da Rota dos Vinhos da Alsácia. É linda como a outra, também no mesmo estilo enxaimel.
Uma coisa que nos chamou atenção foi esse local abaixo. Há uma portinha, onde qualquer pessoa pode entrar, pegar um livro, ler e devolver (é claro). O nome já diz: “Box de Leitura”. Uma ode à cultura, o “empoderamento” – tá na moda, né? – do conhecimento. Achamos o máximo.
Nessa região da Alsácia uma coisa típica é esse ninho de cegonha no telhado das casas. Tem na maioria delas. Isso porque essa é uma região de rota migratória, onde as cegonhas brancas vêm da África depois do inverno, chegando a voar até 400 km. por dia, aproveitando as correntes de ar ascendentes, que são formadas com o aquecimento do solo. Assim, passam o verão na Europa que vai de junho a agosto. Os ninhos são utilizados anos após anos, apenas sendo acrescentado mais material pelas cegonhas a cada nova temporada. Os ovos são chocados por 32 dias e após dois meses os filhotes conseguem voar.
# Desabafo:
As duas cidades acima foram eleitas e estão entre as 50 mais lindas para visitar-se na Europa, escolhidas pela Time, e o grande evento é o Mercado de Natal, onde chegam a ter grandes filas em algumas lojas para comprar itens natalinos. Porém, após as festas, em especial o Natal, as cidades literalmente fecham, não sobra ninguém e fica tudo deserto, salvo um ou outro comerciante persistente. Uma pena mesmo. Isso porque, na medida em que a tradição das cidades está justamente pelo seu mercado, na época do Natal, onde lá é inverno, então não faz muito sentido que já saiam em férias imediatamente após essa data. O mais coerente seria que isso se desse no verão deles. Não estou falando de “orelhada”, mas, de fato, há muitos turistas no inverno, apesar de os brasileiros acharem estranho, as pessoas vão para lá e encontram tudo fechado, ou seja, um mercado pós Natal (férias para muitas pessoas), de grande impacto e que o pessoal não está nem aí com isso, com o potencial de aumento das vendas, dos lucros. Porém, entendemos isso apenas conhecendo a cultura do povo europeu que, ao contrário de muitos, preza pela qualidade de vida e pelo convívio familiar. Apesar destes percalços o passeio vale muito a pena. Lá, ainda, conseguimos comprar alguns souvenirs (para minha coleção) e paramos para almoçar no único restaurante aberto na cidade, em Ribeauville que, por óbvio, estava lotado.
No próximo, e último, post sobre essa série de Estrasburgo vou falar dos Restaurantes, a gastronomia que também nos faz desvendar os mistérios dos locais pelos quais andamos e também um pouco da cultura de cada povo. Não percam!!!